O balneário de Atafona, no município de São João da Barra, localizado na foz do rio Paraíba do Sul, litoral norte do Estado do Rio de Janeiro, tem população flutuante no verão e bastante reduzida no inverno. Desde a década de 50 o pontal de Atafona vem sofrendo um processo erosivo em sua linha de costa. Enquanto a população local arca com a perda de bens imóveis e também com parte de sua história, o fenômeno da erosão provoca curiosidade, a ponto das casas semidestruídas serem alvo de visitação turística. Para o entendimento dos fatores que regulam a intensidade do fenômeno erosivo atual é fundamental o conhecimento dos dados ambientais, incluindo ventos, ondas, vazão do rio e constituição do litoral. Quanto à duração do fenômeno, esta poderá ser estimada a partir da determinação do tempo decorrido durante antigas fases erosivas preservadas na planície costeira. Para tanto serão executadas sondagens geológicas e datações. O real significado de que o homem é nada diante da natureza. Obviamente que esse fenômeno está relacionado à dinâmica geomorfológica costeira, num ambiente flúvio-marinho em que se observam atividades construtivas tais como as restingas, tômbolos, dunas, deltas, terraços, etc... e que por algum motivo esse processo construtivo começa a ser revertido. Estamos em busca de trabalhos científicos realizados e que expliquem esse fenômeno. Assim que conseguirmos encontrar disponibilizaremos neste espaço. Porém, pelo que se apresenta já cabe uma boa reflexão sobre os possíveis motivos que levaram o mar a retomar aquela região. Um bom começo é analisar a forma com que a bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, vem sendo tratada por todos nós. Represamento e subtração de suas águas, desflorestamento de suas vertentes e margens, crescimento desordenado das cidades ribeirinhas, etc... certamente estão entre os principais fatores. O encontro de um rio com o mar é um espetáculo de encher os olhos. Na Praia de Atafona, onde deságua o Paraíba do Sul, deveria ser assim, mas seus moradores têm pouco do que se orgulhar e muito que lamentar. A fúria com que o mar vem destruindo casas, avançando 1 quilômetro em terra firme, apavora a todos. Na temporada de verão a maré derrubou 20 imóveis.
"Comentário"
Na foz do rio Paraíba do Sul, no município de São João da Barra, tem-se um delta cujo espaço se convencionou chamar de Pontal. Desde o final da década de 70, este espaço tem modificado sua forma, de maneira cada vez mais acelerada e violenta. O avanço do mar em função da menor força das águas que o rio despeja no mar, tem feito que o Pontal sofra agressões que já derrubou dezenas de casas, até o mais moderno hotel Julinho daquela época que atualmente é um entulho de ruinas (veja a foto acima - retirada dia 04/11/08) um farol, absorveu ruas e prossegue na sua sina de destruição. Isso para provar para o homem, que a mãe Natureza está viva para recuperar o que é dela!
(por Bruno Prudêncio)